O desafio de usar a palavra felicidade na mesma frase que outra relacionada com trabalho levanta ainda muito sobrolho.
Há uns textos atrás chamei ao fenómeno dos descrentes desta temática e da implementação de politicas internas para a felicidade em contexto organizacional de #happycondríacos e eles andam aí, aliás quão mais se debate um determinado tema, mais o nosso ser pensante se vê forçado a reflectir sobre ele e a posicionar-se, assim como à sua perspectiva sobre o assunto, por isso não é de estranhar que o número de happycondriacos aumente, tal como o lado oposto do espectro os que denominei por #felicitólogos, os felicitólogos são os crentes na mudança e os agentes de mudança.
Mas para apelar ao coração dos happycondríacos é preciso reflectir mais sobre o que é liderar para a felicidade.
Um dos grandes mal entendidos é que ninguém por aqui defende que temos de ser felizes todo o santo dia no trabalho ou onde quer que seja, até porque seria um objectivo impossível.
Quando falamos de felicidade corporativa falamos de criar as melhores condições possíveis para o maior número possível de pessoas ter mais oportunidades para florescer no seu local de trabalho.
Liderar para a felicidade não é estar em cima de todas as necessidades dos colaboradores e resolvê-las no momento porque se quer toda a #tribo feliz.
O que significa que muito vezes o líder tem de tomar decisões e planear acções que no imediato não deixarão as pessoas felizes, mas que terão um impacto significativo a longo prazo.
Este é um trade-off a que estamos muito habituados na nossa vida, fazer coisas chatas agora para não ser ainda mais chato depois, por exemplo quando lavamos os dentes ou arrumamos a nossa casa, poucos de nós apresentam uma felicidade esfuziante, mas sabemos que se não o fizermos as consequências a longo prazo podem deixar-nos infelizes.
E em cima de tudo isto a investigação também nos orienta quando afirma que a felicidade no trabalho está muito pouco associada aos contextos facilitistas, mas antes a contextos em que as pessoas se sentem desafiadas (positivamente) e têm oportunidades de crescer e aprender.
E para terminar, o cliché que sai sempre e que continua a fazer muito sentido, liderar para a felicidade requer que o líder comece esse processo em si, líderes infelizes contribuem para o desenvolvimento de ambientes miseráveis e contaminam a experiência, a vontade e a entrega das suas pessoas, também aqui a investigam vai à ferida, o comportamento dos líderes/managers tem um impacto nas emoções da sua equipa ao longo do dia, mesmo nos dias em que não interagem.
Cristina Nogueira da Fonseca
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